Manicômio.
Um grito soa alto dentro de meu corpo, ele percorre minhas veias lentamente, fazendo-me ser dominado vagarosamente pela sensação de raiva. Fecho meus olhos tentando acalmar-me, mas quando os abro, a sensação volta mais forte, com mais ódio, com mais raiva, mais desejo de vingança.
Choco-me com força contra as paredes acolchoadas, mas nada acontece, elas continuam ali, firmes e fortes, mantendo-me preso com meus sentimentos e angustias. Uma vontade repentina de gritar me envolve, então libero meu ódio e minha angustia:
-Malditos, vocês é que deveriam estar presos aqui, sendo torturados, todos os dias, até a loucura.
Esmurro as paredes em tentativas frustradas de derrubá-las, de me ver livre deste lugar horrível, mas isso só chama a atenção dos médicos, que rapidamente vem sedar-me. Agora, como em todas as outras vezes, sinto-me fraco, com os olhos pesados, o sedativo está fazendo efeito, logo irei adormecer profundamente.
Adormeço, com a certeza de que irei acordar aqui, neste mesmo chão acolchoado, em meio a estas mesmas paredes, a essa loucura que me cerca. Preferia adormecer e jamais acordar, a deparar-me com este manicômio novamente.
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