terça-feira, 19 de maio de 2009

As duas faces.

A esplendorosa princesa estava em sua torre, de pé, ao lado da janela. Escovava seus cabelos freneticamente, como se isto pudesse livrá-la de algo. Algo nojento, impuro. Prazeroso.
Há dias ela posicionava-se lá, no mesmo local, a espera de algo. Ou melhor, de alguém. Seu príncipe. Príncipe este, que jamais chegaria. Estava morto. Ela o vira morrer. A delicada princesa o matara. Com seus longos e finos dedos, acompanhados por um belo punhal de ouro.

Ela sentira a vida dele esvaindo-se em suas mãos, vira seu sangue escorrendo lento e pegajoso por elas. Causara sua dor, e sentira-se bem com isto. E então, você deve estar se perguntando, ela sentia remorso? Talvez. Mas, não pelo assassinato em si, e sim, por agora, estar fadada à uma espera eterna.

Cogitou a ideia de acabar com sua própria vida? Em momento algum. Ela é inatingível, perante aos outros. Diante de si mesma, é incrivelmente frágil. E, para dar fim a própria vida, é necessário ser forte. E tolo, muito tolo.

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